Voltar27/06/2013
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Política de preço da gasolina é obstáculo para o etanol, dizem produtores
A política de preços para a gasolina praticada pelo Governo Federal é um obstáculo para o crescimento do etanol no Brasil, segundo afirmou hoje a diretora-presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Elizabeth Farina.
O discurso marcou o início do Ethanol Summit 2013, um dos principais eventos do mundo voltados para as energias renováveis, particularmente o etanol e os produtos derivados da cana-de-açúcar.
O setor cresceu 8% no ano passado e a projeção é que cresça 50% até 2020.
Para atender a demanda de etanol até esse ano, será preciso dobrar a capacidade de produção e colocar cem novas usinas em funcionamento, segundo a Unica.
Alcançar este patamar depende, de acordo com Elizabeth, da revisão da política de preços da gasolina por parte do Governo.
"Precisamos parar de dar incentivos para o transporte individual e a gasolina, e começar a dar incentivos para o transporte coletivo. É preciso que haja uma convergência dos movimentos da população com a visão da política pública da produção de biodiesel, pois não podemos competir com subsídios", afirmou.
Apesar da volta da adição de 25% de etanol à gasolina, a presidente disse ser favorável à proposta de taxação para carros particulares.
"Taxar os combustíveis fósseis seriam bom, porque deixa mais vantajoso usar o transporte público e o combustível sustentável. Além de garantir uma melhor qualidade do ar e de saúde", explicou.
O diretor do Centro Brasileiro de Infra-Estrutura (CBIE), Adriano Pires, defendeu a criação de uma política de investimentos definindo o preço dos combustíveis, a matriz energética do país e o papel do etanol na área.
"Para o biocombustível ser competitivo ele depende de políticas públicas governamentais. O governo voltou a investir esse ano, mas não foi suficiente. Precisamos ter certezas de investimentos no setor a longo prazo", explicou.
No outro lado, sobre investimentos, o vice-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES), Wagner Bittencourt, afirmou que há uma série de programas voltados para o aquecimento do setor.
Ainda nessa linha, o secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Carlos Klink e o secretário de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, João Alberto Paixão Lages, defenderam a política do Governo Federal em relação ao setor.
Eles afirmaram que entre as medidas que precisam ser tomadas para fomentar o segmento está a desoneração do setor e a mecanização.
A presidente da Unica destacou que há uma previsão de ganho de eficiência na produção de etanol no país, a partir da renovação de canaviais e mecanização da colheita.
Segundo ela, o principal ativo para investimento do setor é a frota de carros flex do país, estimada em 20 milhões de veículos.
O problema, no entanto, é que apenas 1/3 destes veículos utilizam o etanol hidratado como combustível.
Para estimular o consumo, os produtores sugerem que seja aberta uma comunicação direta com os consumidores explicitando a melhora nas condições da safra e as vantagens para o meio ambiente.
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