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Investindo da porteira para fora, melhorias em infraestrutura são imprescindíveis no setor sucroenergético

A expansão do consumo de etanol e açúcar e a ampliação das fronteiras agrícolas, que tem elevado a exigência de investimentos para fora da porteira das usinas com o intuito de oferecer produtos a um preço competitivo, é um grande desafio. Essa foi a questão central debatida na tarde do dia 28/06, durante o painel “Crescimento real: expansão e aprimoramento da infraestrutura”, moderado pelo diretor Técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Antonio de Padua Rodrigues, no Ethanol Summit. 

Um dos principais destaques da palestra foi o anúncio feito pelo presidente da Logum, Roberto Gonçalves, sobre a recém e inédita chegada de etanol a Paulínia vinda de um duto construído pela companhia que tem início num terminal em Ribeirão Preto. A empresa, criada em 2009, após uma bem-sucedida união da Petrobras, Odebrecht, Copersucar, Camargo Corrêa, Raízen e Uniduto, foi também elogiada pelo presidente da Transpetro, Sérgio Machado.

Com investimentos de R$ 7 bilhões, a Logum prevê a utilização de um sistema de 1.261 km de dutos próprios ou compartilhados com outras companhias, ligando áreas produtoras em Goiás, São Paulo e Rio de Janeiro até 2017. O etanol começou a ser bombeado no duto que liga Ribeirão Preto a Paulínia no dia 25/06/2013, com a expectativa de chegar a seu destino em três dias.

Além dos dutos, a empresa também espera explorar 750 km de hidrovias, o modal mais barato para transporte de combustíveis. “Esse projeto é um grande avanço”, afirma o diretor Técnico da UNICA.

A Transpetro é responsável pela entrega das barcaças para transporte fluvial, que demandou a construção de um estaleiro em Araçatuba, com investimentos de R$ 430 milhões.

O presidente da Transpetro relembrou a história de integração das iniciativas de melhoria de logística das usinas, com atuação integrada entre o governo e as empresas na construção de álcoodutos e investimento pela Transpetro em barcaças para transporte fluvial, utilizando em São Paulo o rio Tietê. 

“O custo logístico no Brasil é superior a 12% do PIB, enquanto que nos EUA é 8%. Isso ocorre devido ao uso de modais errados, como o rodoviário, cujo custo é o dobro do ferroviário”, explica. Segundo ele, um comboio de barcaças consome 5% do que gasta o transporte por caminhão, substitui 172 carretas e 83 vagões de trem.

Já na área de logística de açúcar, o desafio é elevar o transporte por meio de ferrovias, afirma o presidente da Rumo Logística, Julio Fontana. “O Brasil precisa de mudanças estruturais nesta área. Atualmente existe um gasto excessivo em logística por falta de infraestrutura. O modal mais competitivo para commodities é a ferrovia e é nisso que apostamos.” 

Também participaram da palestra Alexandre de Matos Setten, diretor de Logística da Copersucar; Dagoberto Delmar Pinto, diretor-presidente da CPA Trading; e Helder Gosling, diretor Comercial do Grupo São Martinho.

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